sábado, 20 de março de 2021

Não se vacine contra COVID antes de ver isto

O virólogo e criador de vacinas Dr. Geert Vanden Bossche lançou o aviso.Ele trabalhou com o Bill Gates e em grandes Farmacêuticas e é muito claro sobre a Caixa de Pandora que se está a abrir, com a ajuda da ignorância dos políticos e os porta-vozes vendidos, neste processo criminoso de vacinação em massa ou melhor dizendo destruição da imunidade em massa.
Vacinação em massa criará variantes perigosas e pode destruir imunidade, alerta virologista

Isolamento de jovens e outras medidas de enfrentamento acabaram criando uma "pandemia artificial".

Em entrevista, o PhD e especialista em desenvolvimento de vacinas e virologia Geert Vanden Bossche, alerta para os riscos da vacinação em massa provocar novas e perigosas variantes, como as atuais, além de debilitar o sistema imunológico da população. 

Bossche é ex-funcionário dos laboratórios Novartis e da Fundação Bill & Melinda Gates e, em entrevista recente, expôs os perigos da vacinação em massa para a imunidade e surgimento de novas cepas de vírus.

Bossche é PhD em Virologia e Microbiologia, autor de mais de 30 publicações e inventor de um pedido de patente para vacinas universais. Ele atualmente trabalha como consultor independente de pesquisa de vacinas. Recentemente, ele publicou uma carta aberta à OMS alertando para o perigo da administração de vacinas em massa em escala global.

Segundo o especialista, as vacinações acabam com o sistema imunológico 

“Acho que estamos muito próximos da resistência à vacina agora. E não é à toa que as pessoas já começam a desenvolver, você sabe, novas vacinas contra as cepas, etc, (…) você está, ao mesmo tempo, perdendo a parte mais preciosa do
 seu sistema imunológico que jamais poderia imaginar”, diz o virologista.

“Esse é o seu sistema imunológico inato, porque os anticorpos inatos, os anticorpos naturais, os IGMs serão superados pela competição por esses anticorpos específicos do antígeno para se ligarem ao vírus. E isso vai durar muito. Essa é uma supressão de longa duração”.

[Com as vacinas] você perde toda proteção contra qualquer variante viral ou variante do coronavírus, etc. Então, isso significa que você ficou sem uma única resposta imunológica sua, sua imunidade torna-se nula”, alerta.

“Quer dizer, sabemos que os jovens têm uma resposta imunológica inata boa e, portanto, estão naturalmente protegidos e ainda mais, quero dizer, se eles entram em contato com o coronavírus, isso aumentará sua imunidade natural. 

Então, portanto, desde o início eu desaprovei o fato de as escolas fecharem e as universidades e os jovens serem impedidos até de ter contato uns com os outros. Essa situação é completamente diferente”.

Eu não tenho críticas às vacinas, mas, por favor, use a vacina certa no lugar certo. E não o use no calor de uma pandemia em milhões de milhões de pessoas. Vamos pagar um preço enorme por isso. Estou preocupado porque estou penso nos meus filhos, na geração mais jovem. Quero dizer, é simplesmente impossível o que estamos fazendo. 

Não entendemos a pandemia. Estamos transformado isso em uma pandemia artificial. Quem pode explicar de onde, de repente, todas essas cepas altamente infecciosas vêm? Ninguém pode explicar isso. Eu posso explicar.

Mas não vimos isso durante as pandemias anteriores, durante as pandemias naturais. Nós não temos visto isso. Porque a cada momento a imunidade era baixa o suficiente para que o vírus não precisasse escapar. Portanto, no final da pandemia, quando as coisas se acalmaram e havia imunidade coletiva, ainda era o mesmo vírus circulando. 

O que estamos fazendo agora é que estamos realmente perseguindo esse vírus e ele se torna cada vez mais infeccioso. E quero dizer, esta é apenas uma situação que está completamente, completamente fora de controle. 

Portanto, agora estamos recebendo muitos shedders assintomáticos. Pessoas que espalharam o vírus porque se forem vacinadas ou tiverem anticorpos de doenças anteriores, não podem mais controlar essas variantes altamente infecciosas.

Bem, o que isso significa? É muito claro. É muito claro o que isso significa.
Então, vamos considerar as consequências disso tanto em nível populacional quanto em nível individual, 

porque eu entenderia muito bem se para a população talvez não fosse a melhor coisa a fazer [tomar a vacina], mas você sabe, em um nível individual, ainda está tudo bem. Sim. Então não é uma pergunta fácil, não é uma pergunta fácil.

Mas na verdade é prejudicial tanto em nível populacional quanto individual. Quanto ao nível populacional que expliquei para vocês, estamos enfrentando cada vez mais cepas altamente infecciosas que já não podemos controlar porque basicamente o que estamos fazendo é que estamos transformando – quando vacinamos alguém, estamos transformando essa pessoa em um potencial portador assintomático que está espalhando o vírus.

Mas em um nível individual, eu acabei de dizer que se você tiver esses anticorpos e em algum momento, e tenho certeza disso, as pessoas podem me desafiar, mas, você sabe, a realidade vai provar. Os anticorpos não vão funcionar mais. E sua imunidade inata poderá ser completamente contornada, enquanto cepas altamente infecciosas estão circulando.


Leia abaixo trechos da entrevista, que pode ser vista originalmente neste link.
https://dryburgh.com/geert-vanden-bossche-mass-vaccination-danger/

segunda-feira, 8 de março de 2021

Cientista europeu renomado afirma: COVID-19 foi criado em laboratório da China

Professor Giuseppe Tritto, especialista internacionalmente conhecido em biotecnologia e nanotecnologia, diz que o Vírus da China definitivamente não foi uma aberração da natureza que cruzou a barreira das espécies do morcego ao homem.

Steven Mosher

Não será possível os especialistas médicos do mundo rejeitarem o Professor Giuseppe Tritto como um excêntrico. Ele não apenas é um especialista internacionalmente conhecido em biotecnologia e nanotecnologia com uma carreira acadêmica estelar, mas também é o presidente da Academia Mundial de Ciências e Tecnologias Biomédicas (AMCTB), uma instituição fundada sob a égide da UNESCO em 1997.

Giuseppe Tritto


Em outras palavras, ele é um homem de considerável estatura na comunidade científica mundial. Tão importante quanto, um dos objetivos da AMCTB é analisar o efeito das biotecnologias — como a engenharia genética — na humanidade.

Em seu novo livro, esse cientista de nível internacional faz exatamente isso. E o que ele diz é que o Vírus da China definitivamente não foi uma aberração da natureza que cruzou a barreira das espécies do morcego ao homem. Ele foi geneticamente modificado no laboratório P4 (alta contenção) do Instituto de Virologia de Wuhan em um programa supervisionado pelos militares chineses.

O livro do Prof. Tritto, que atualmente está disponível apenas em italiano, é chamado “Cina COVID 19: La Chimera che ha cambiato il Mondo” (China COVID 19: A quimera que mudou o mundo). Foi publicado em 4 de agosto por uma grande editora italiana, Edizioni Cantagalli, que coincidentemente também publicou a edição italiana de um de meus livros, Controle de População (Controllo Demografico em italiano) há vários anos.

O que diferencia o livro do Prof. Tritto é o fato de que ele demonstra — conclusivamente, na minha opinião — o caminho pelo qual um coronavírus de propriedade do Exército de Libertação do Povo (ELP) foi geneticamente modificado para se tornar o Vírus da China que agora assola o mundo. Seu relato não deixa dúvidas de que se trata de uma “quimera,” um organismo criado em laboratório.

Ele também conecta os pontos que ligam o laboratório de Wuhan à França e aos Estados Unidos, mostrando como os dois países forneceram ajuda financeira e científica aos chineses quando eles começaram a conduzir experimentos de bioengenharia cada vez mais perigosos. Embora nem os virologistas americanos nem franceses sejam responsáveis pelo resultado final — um coronavírus altamente infeccioso e uma pandemia mundial — seu envolvimento inicial pode explicar por que tantos insistem que a “quimera” deve ter vindo da natureza. A última coisa que querem admitir é que podem ter tido uma participação nisso.

Aqueles de nós que, no início, defenderam a origem de um laboratório foram considerados teóricos da conspiração. Nossos artigos foram censurados como “notícias falsas,” muitas vezes por virologistas americanos que sabiam perfeitamente bem o que era a verdade, mas preferiam proteger a China e a si próprios de escrutínio para não serem implicados.

As 272 páginas do Dr. Tritto com nomes, datas, lugares e fatos deixam esses apologistas sem lugar para se esconder. A história começa depois da epidemia de SARS em 2003, quando os chineses tentam desenvolver vacinas para combater a doença mortal. A Dra. Shi Zhengli, sobre a qual escrevi anteriormente, era a encarregado do programa no Instituto de Virologia de Wuhan.

No desenvolvimento de vacinas, a genética reversa é usada para criar cepas virais com patogenicidade reduzida, mas às quais o sistema imunológico responde criando anticorpos contra o vírus. Contudo, a genética reversa também pode ser usada para criar cepas virais que têm patogenicidade aumentada. É nisso que a Dra. Shi, incentivada por especialistas em bioarmas do ELP, começou a focar cada vez mais sua pesquisa, de acordo com a Prof. Tritto.

A Dra. Shi primeiro solicitou ajuda do governo francês, que construiu o laboratório P4, e do instituto Pasteur da França, que mostrou a ela como manipular os genomas do HIV. O método de inserção de gene usado é chamado de “sistema de genética reversa 2.” Usando esse método, ela inseriu um segmento de HIV em um coronavírus descoberto em morcegos-ferradura para torná-lo mais infeccioso e letal.

Os EUA também estiveram envolvidos, particularmente o Prof. Ralph S. Baric, da Universidade da Carolina do Norte, que recebia grandes verbas do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas. Essa é, obviamente, a instituição do Dr. Anthony Fauci. Fauci foi um grande defensor da pesquisa de “ganho de função” e, quando isso foi proibido no laboratório de Baric por ser considerado muito perigoso, a pesquisa foi transferida para a China.

O Prof. Tritto acredita que, embora a pesquisa da Dra. Shi tenha começado como um esforço para desenvolver uma vacina contra a SARS, gradualmente se transformou em um esforço para usar a “genética reversa” para construir armas biológicas letais. Essa foi a razão pela qual o laboratório de Wuhan se tornou o principal centro de pesquisa de virologia da China nos últimos anos, atraindo grande financiamento e apoio do governo central.

Eu acrescentaria que a regra na China controlada pelos comunistas é “deixar os civis apoiarem os militares,” o que significa que assim que a pesquisa da Dra. Shi mostrou qualquer potencial uso militar, o ELP teria começado a exercer o controle da pesquisa. Isso veio à tona com o surto, quando o principal especialista da China em armas biológicas, o general do Exército de Libertação do Povo Chen Wei, foi imediatamente colocado no comando do Instituto de Virologia de Wuhan. Quanto à Dra. Shi Zheng-Li, ela parece ter desaparecido.

Como o Dr. Tritto explicou em uma entrevista à mídia italiana:

Em 2005, depois da epidemia de SARS, nasceu o Instituto de Virologia de Wuhan, chefiado pelo Dra. Shi Zheng-Li, que coleta coronavírus de certas espécies de morcegos e os recombina com outros componentes virais para criar vacinas. Em 2010 ela entrou em contato com pesquisadores americanos liderados pelo Prof. Ralph Baric, que por sua vez trabalha com vírus recombinantes baseados em coronavírus. Graças aos vírus de matriz fornecidos por Shi, Baric criou em 2015 uma quimera de vírus Sars de camundongo, que tem um efeito patogênico em células humanas analisadas in vitro.

Nesse ponto, a colaboração China-EUA se torna uma competição. Shi quer trabalhar em um vírus mais poderoso para fazer uma vacina mais potente: combina um vírus de morcego com um vírus pangolim in vitro e em 2017 publica os resultados dessa pesquisa em alguns artigos científicos.

Sua pesquisa atrai o interesse do setor militar e médico-biológico chinês, que lida com armas biológicas usadas como meio de dissuasão para fins defensivos e ofensivos. Assim, Shi se juntou a médicos e biólogos que pertencem à esfera político-militar, como Guo Deyin, um estudioso de vacinas anti-AIDS e anti-hepatite viral e especialista em técnicas de recombinação genética. A introdução das novas inserções projetadas no genoma do vírus é o resultado da colaboração entre a equipe de Shi e a de Guo Deyin. A realização dessa nova quimera, do ponto de vista científico, é um sucesso. Tanto que, logo que a epidemia surgiu, os dois pesquisadores pedem à OMS que o registre como um novo vírus, o H-nCoV-19 (Human new Covid 19), e não como outro vírus derivado da SARS. É razoável pensar que Shi agiu apenas do ponto de vista do prestígio científico, sem, porém, levar em conta os riscos em termos de segurança e os interesses político-militares que sua pesquisa teria suscitado.

Quando questionado por que a China se recusou a fornecer o genoma completo do Vírus da China à OMS ou a outros países, o Dr. Tritto explicou que “fornecer a matriz [fonte] do vírus significaria admitir que o SARS-CoV-2 [Vírus da China] foi criado em laboratório. Aliás, o genoma incompleto disponibilizado pela China carece de algumas inserções de aminoácidos da AIDS, o que é uma prova fumegante.”

A questão chave, para aqueles de nós que estão passando por uma pandemia, diz respeito ao desenvolvimento de uma vacina. Nesse aspecto, o Prof. Tritto não é otimista:

Dadas as muitas mutações do SARS-CoV-2, é extremamente improvável que uma única vacina que bloqueie o vírus seja descoberta. No momento, 11 cepas diferentes foram identificadas: a linha genética A2a que se desenvolveu na Europa e a linha genética B1 que se enraizou na América do Norte são mais contagiosas que a cepa 0 originária de Wuhan. Acredito, pois, que, no máximo, uma vacina multivalente pode ser eficaz em 4-5 cepas e, portanto, capaz de dar cobertura para 70-75% da população mundial.

Em outras palavras, ao ocultar do mundo o código genético original do Vírus da China que ele criou, o Partido Comunista Chinês está garantindo que nenhuma vacina totalmente eficaz será desenvolvida pelo Ocidente.

Em outras palavras, a China continua mentindo e pessoas continuam morrendo.

Steven W. Mosher @StevenWMosher é o presidente do Population Research Institute e autor do livro “Bully of Asia:  Why China’s “Dream” is the New Threat to World Order” (Ameaçador da Ásia: Por que o “sonho” da China é a nova ameaça à ordem mundial).

Traduzido por Julio Severo do original em inglês de LifeSiteNews: Renowned European scientist: COVID-19 was engineered in China lab, effective vaccine ‘unlikely’

quarta-feira, 20 de janeiro de 2021

Conservadorismo por Roger Scruton

O conservador é guiado por um forte senso de certo e errado, que são conceitos absolutos. Não há espaço para o relativismo moral: para o conservador, o fim jamais justifica os meios.
Mas quem foi Roger Scruton?


Nascido em 27 de fevereiro de 1944 em Buslingthorpe, Reino Unido e falecido em 12 de janeiro de 2020, Brinkworth, Reino Unido.
Roger Scruton foi influenciado por Immanuel Kant, Platão, Edmund Burke entre outros.

O mais importante pensador conservador contemporâneo, um dos maiores filósofos ingleses em atividade, cavaleiro da Ordem do Império Britânico, autor de mais de 50 livros, compositor de óperas, crítico cultural: reconhecido ao redor do mundo como a mais expressiva voz contemporânea do conservadorismo.

Às vezes considerado o livro mais importante de Roger Scruton, O que É Conservadorismo explora cada uma das noções fundamentais dessa inclinação política: comunidade, tradição, obediência e lealdade. O que os conservadores valorizam, segundo Scruton, é a livre associação, assegurada por leis e organizada em instituições independentes.

Esta é, com certeza, a mais importante formulação do pensamento conservador feita na filosofia contemporânea.

Para a esquerda, afirma Scruton, os seres humanos estão sempre divididos em grupos de inocentes e culpados, e a justiça social é algo que precisa ser imposto pelo Estado, por meio de um plano que, ignorando os obstáculos dos direitos e deveres individuais, invariavelmente envolve privar as pessoas de coisas que elas adquiriram por meio de escolhas livres e negociações justas. Governar, assim, torna-se “a arte de tomar e redistribuir as coisas a que supostamente todos os cidadãos têm direito”.

Já para a direita, cada indivíduo está ligado a particularidades e contingências, a motivações e vontades que são irredutíveis a qualquer teoria abstrata ou plano econômico quinquenal – daí sua constrangedora (para a esquerda) tendência a rejeitar qualquer plano que sacrifique sua liberdade de escolha e seus direitos, ou que ameace o império da lei e a autonomia de instituições que existem para protegê-lo, não para esmagá-lo. 



O conservador acredita que a mudança é um meio necessário para a conservação e aprimoramento da ordem social.

Mas nem toda a mudança é para melhor. Mudanças precipitadas podem destruir a ordem social. O conservador adota a prudência diante das mudanças radicais, buscando entender suas consequências futuras acima de seus efeitos superficiais imediatos.

O conservador entende que os costumes e convenções, herdados das gerações passadas, passaram pelo teste do tempo: são o resultado de séculos de tentativa, reflexão e sacrifício. Por isso, devem balizar as mudanças na sociedade.

O conservador tem afeição pela diversidade da existência humana, em oposição à uniformidade e ao igualitarismo dos sistema radicais. Os conservadores não procuram forçar a uniformidade sobre a humanidade.

O conservador afirma a igualdade perante Deus e os tribunais. Qualquer outra tentativa de nivelamento leva à estagnação social ou a novas formas de desigualdades pelas mãos de tiranos.

Deus, Família e a Pátria são pilares fundamentais nos ideais conservadores, os princípios éticos e morais, a observância de leis justas feitas para o bem estar de todos.

Sendo o homem imperfeito, nenhuma ordem social perfeita jamais poderá ser criada. Buscar uma utopia é terminar em desastre. O que podemos esperar é uma sociedade razoavelmente ordenada, justa e livre. Através de reformas prudentes, podemos preservar e aperfeiçoar a ordem social.

Ganhar e gastar não são os objetivos principais da existência humana, mas sim a construção de uma base econômica sólida para as pessoas, as famílias e a comunidade. Redistribuição de riquezas, através de taxas e outros meios, não é sinônimo de progresso econômico.

Liberdade e propriedade privada estão intrinsecamente ligadas. Sem a propriedade privada, o poder do Estado sobre os indivíduos é incontrolável.

A meritocracia aliada a oportunidade igual para todos, o trabalho como direito e honra 

O conservador é movido por um desejo de descentralização do poder, menor interferência governamental e maior liberdade individual.

Em suma, segundo Scruton a premissa da esquerda é que a marcha da História é previsível e controlável, enquanto a da direita é que essa marcha é determinada por desafios novos e imprevisíveis que se colocam a cada dia, e para os quais não existe receita de bolo. Para a esquerda não existe surpresa, e tudo é justificável: até mesmo as atrocidades cometidas por regimes comunistas são minimizadas, colocando-se a culpa nas forças reacionárias que resistem ao socialismo e impedem o seu avanço..




domingo, 21 de junho de 2020

Uma Reflexão que precisamos fazer

Imagina por um momento que você teria nascido em 1900.
Quando você tem 14 anos começa a Primeira Guerra Mundial e termina quando você tem 18 com um saldo de 22 milhões de mortos.

Logo no mesmo ano aparece uma pandemia mundial, a gripe espanhola, matando 50 milhões de pessoas. E quando ela termina, você está vivo e com 20 anos.

Quando você tem 29 anos sobrevive à crise econômica mundial (conhecida como a grande depressão), que começou com o desmoronamento da Bolsa de Nova York, causando inflação, desemprego e fome.

Quando você tem 33 anos, os Nazis chegam ao poder (Adolf Hitler foi nomeado chanceler da Alemanha). 

Quando você tem 39 anos começa a Segunda Guerra Mundial e termina quando você tem 45 anos com um saldo de 60 milhões de mortos. No Holocausto morrem 6 milhões de judeus.

Quando você tem 50 anos começa a guerra da Coreia e só termina quando você tem 53 anos.

Quando você tem 55 anos começa a guerra do Vietnã e termina quando tem 75 anos.
*Nesse meio tempo, acontece o chamado "golpe militar em 1964".

Aí uma criança que nasceu em 1985 pensa que seus avós não fazem ideia do quão difícil a vida delas é, mas o que elas não sabem é que seus pais, avós e bisavós, sobreviveram a várias guerras, catástrofes e pandemias.

Hoje temos todas as comodidades e facilidades num mundo novo, de tecnologia avançada no meio de uma nova pandemia.

A gente reclama porque por várias semanas que devemos ficar confinados em nossas casas, com eletricidade, celular, comida, alguns até com água quente e um telhado seguro sobre suas cabeças. Nada disso existia em outros tempos. Mas a humanidade sobreviveu a essas circunstâncias e nunca perderam a alegria de viver.

Hoje queixamo-nos porque temos que usar máscaras para entrar nos supermercados.
Nossa geração, é manhosa, murmuradora, frágil, indolente, egoísta, reclama de mínimos detalhes e ainda se acham mais fortes que as gerações passadas...  

Precisamos ser mais justos e agradecer e valorizar nossos antepassados que sofreram dores que não sofremos e, sem os recursos que temos.


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sábado, 6 de junho de 2020

Foi duro dar a ordem para eliminar Che Guevara

Como Che foi capturado e executado?

O agente cubano da CIA que participou da captura de Che Guevara na Bolívia, Félix Rodríguez, recebe a reportagem aos seus 76 anos em sua casa de Miami rodeado de recordações de sua carreira de soldado da Guerra Fria. Pistolas, punhais, granadas e fotografias suas com presidentes dos EUA e espiões que já não existem. A produtora espanhola Scenic Rights prepara um documentário sobre sua vida. Veterano do Vietnã e envolvido no combate à insurgência na América Central, Rodríguez afirma que a CIA queria o guerrilheiro vivo para interrogá-lo, mas o Governo da Bolívia ordenou a sua execução. “Tentei salvá-lo, sem sucesso”, diz, apesar de considerar Ernesto Guevara de la Serna “um assassino”. Ao lado, em uma mesinha, tem uma velha pistola Star de fabricação espanhola. “Cuidado se pegar, está carregada. Eu sempre tenho algo por perto, caso necessário”, diz o homem que aparece com ares de satisfação à direita de Che em sua última foto – esfarrapado, de pé – antes de ser executado por um sargento boliviano.

–Essa é sua última imagem vivo.
–Sim –responde–. A última tirada antes de ele morrer.
–Em La Higuera.
–Exato. Em La Higuera.
–Quem tirou a foto?
–A foto foi tirada pelo piloto do helicóptero, o major boliviano Jaime Niño de Guzmán.
–Quem pediu para a foto ser tirada e para que?



Rodríguez, codinome El Gato em seus tempos de operações especiais, precisa entrar em detalhes para responder a esta pergunta. Retornar em sua memória à Bolívia no ano de 1967 e contar aquilo detalhadamente. “Me deixe contar a história”, diz.

Durante 20 minutos, pega o fio e o estende do momento em que o avisam da queda de Guevara até uma câmera retratar seu último olhar.

O monólogo –abreviado– diz assim:
“Nós recebemos a informação da captura do Che no domingo oito de outubro pela manhã. Um grupo de jovens soldadinhos que falavam quéchua, aymara e guarani foi treinado para ir na vanguarda do batalhão para recolher informações e inteligência em roupas civis, porque assim era mais fácil falar com os camponeses. E essas pessoas em roupas civis retornam às sete da noite, no sábado, e dão a informação ao capitão Gary Prado de que um camponês lhes mostrou uma área chamada La Quebrada del Yuro onde estavam escondidos os guerrilheiros; porque esse camponês tinha uma plantação bem perto dali e os viu.

Então, com essa informação o capitão Gary Prado cerca a Quebrada del Yuro às sete da noite. E no domingo oito de outubro começa a avançar de manhã e aí começa o tiroteio. Nessa operação o Che é ferido na perna esquerda, um tiro entre o joelho e o tornozelo, mas nada muito sério. Lá morre a maior parte dos guerrilheiros e morrem alguns soldados, e é onde cai preso Che Guevara, que estava sendo auxiliado para tentar escapar por Simeón Cuba Sarabia, codinome Willy, um guerrilheiro boliviano baixinho, moreninho, com uma barba enorme, acho que uma barba maior do que a dos próprios cubanos, e esse não tinha um arranhão. Che é preso com ele. E no momento em que vão prendê-lo, os soldadinhos me contam, Che diz: “Não atirem que sou o Che. Eu valho mais vivo do que morto para vocês”. E então o levam e o mandam à escolinha de La Higuera e o colocam – olhando a escolinha de frente – na sala da esquerda, e atrás dele, no mesmo quartinho, colocam os cadáveres dos cubanos.

Aí então eles me mandam a informação de manhã em código, que dizia: “Papai cansado”, o que significava que o líder da guerrilha estava preso e vivo. Mas não sabíamos se “Papai” era Che Guevara ou se era Inti Peredo, que era o líder da guerrilha do lado boliviano. De modo que voamos à área de operações e verificamos que “Papai cansado” era Che Guevara.
O estrangeiro. Não disseram o Che, disseram “o estrangeiro".


Essa noite tivemos uma recepção em um hotelzinho de Vallegrande, com velas porque não havia eletricidade, e eu peguei duas garrafas de scotch que havia comprado havia tempos para um evento como este, para comemorar. Isso era na noite de domingo, o dia em que ele foi preso.

No dia seguinte, nove de outubro, às sete da manhã decolamos em um pequeno helicóptero pilotado por Niño de Guzmán. Aterrissamos ao lado da escolinha onde Che estava preso e estavam nos esperando todos os oficiais do batalhão, entre eles o tenente coronel Selich que estava com toda sua documentação. Che usava uma bolsa de couro como as que as mulheres carregam, grande, de cor clara, e dentro tinha um livro grande que era um diário com os meses escritos em alemão, de 67, mas claro, escrito por ele em espanhol. Dentro tinha uma série de fotografias da família, medicamentos para a asma, livrinhos para mensagens em código numérico de uma só via, que são impossíveis de se decifrar. Tinha alguns caderninhos negros de espiral escritos à máquina de escrever e assinados por um tal Ariel, que eram as mensagens que ele recebia de Cuba. Mas ele não podia transmitir a Cuba porque Cuba lhe deu para isso um transmissor quebrado, porque ele foi enviado para lá para ser morto. Porque Che era pró-China e Cuba dependida da URSS. Ou seja, os soviéticos não tinham nenhum interesse no sucesso de Che Guevara na Bolívia. Foi deixado só, para que o matassem ali, definitivamente.

Então entramos na escolinha e em uma sala estava o Che jogado no chão, com as mãos e os pés amarrados embaixo de uma janela que havia ao lado da porta, e atrás os dois cadáveres. O único que falou foi o coronel Centeno Anaya. Fazia perguntas, mas o Che olhava para ele e não respondia nada. Nem falou com ele. A tal ponto que o coronel disse: “Escuta, você é um estrangeiro, invadiu meu país. Pelo menos poderia ter a cortesia de responder”. Nada.

Aí pergunto ao coronel se pode me fornecer a documentação do Che para fotografá-la para meu Governo e ele dá ordem ao tenente-coronel Selich que entregue tudo para mim. Ele me entrega aquela carteira de couro e vou trabalhar com a documentação em outro lugar. Ia fotografando o diário e voltava para falar com o Che. Entrava e saía constantemente, de manhã até a uma da tarde. Quando estava fazendo isso toca o telefone e um dos soldados me diz: “Meu capitão, uma ligação”. Vou até o telefone e me dão “ordens superiores: 500–600”. Era um código muito simples que tínhamos estipulado.

500 era o Che Guevara.
600, morto.
700, mantê-lo vivo.
Peço que repitam. Voltam a confirmar.
“Ordens do Alto Comando: 500–600”.

Quando Centeno Anaya chega, eu o chamo de lado e digo: “Coronel, chegaram instruções do seu Governo para eliminar o prisioneiro. As do meu Governo são de tentar salvar a vida dele e temos helicópteros e aviões para levá-lo ao Panamá para um interrogatório”. Ele responde: “Olha, Félix, as ordens são do Presidente e do Comandante das Forças Armadas”. Olhou para o relógio e disse: “Você tem até as duas da tarde para interrogá-lo. E às duas horas você pode executá-lo da maneira que quiser porque sabemos o dano que fez para seu país. Mas eu quero que você, às duas da tarde, me traga o cadáver do Che Guevara”. Eu respondi: “Coronel, tentei que o senhor mudasse de idéia, mas se não chegar uma contraordem dou minha palavra de homem que vou entregar o cadáver do Che”.

Mais tarde, ao falar com o Che, vem o piloto Niño de Guzmán com uma câmera Pentax do chefe de Inteligência. “Meu capitão, o major Saucedo quer uma foto com o prisioneiro”. Olho para o Che e digo: “Comandante, você se importa?”. Ele disse: “Não me importo”. Então caminhamos. Ele andava com dificuldade pela bala na perna esquerda. Saímos da escolinha e foi aí que paramos para fazer aquela foto. Eu dou minha própria câmera ao piloto e digo ao Che: “Comandante, olhe o passarinho”. Ele começou a rir, porque é o que falamos em Cuba para as crianças.

“Criança, olhe o passarinho”.

Na verdade, acho que ele estava rindo no momento em que a foto foi batida. Mas, obviamente, mudou para esta expressão que você vê agora. Eu usava o uniforme das tropas especiais dos EUA, mas sem nenhuma insígnia. Eu tinha aí 26 anos. Ele, 39. Parecia um mendigo. As roupas estavam surradas, sujas. Não tinha botas, eram uns pedaços de couro amarrados nos pés. O cabelo ensebado. Realmente, às vezes eu estava falando com ele e não prestava atenção ao que estava dizendo, porque nunca o tinha visto pessoalmente, mas me lembrava das imagens do Che quando visitou Moscou, quando estava com os russos ou quando visitou Mao Zedong em Pequim. Aquele homem arrogante, com aqueles casacos bonitos. E ver este homem agora como um cara que estava pedindo esmola. Dava pena.

- Qual foi para você o maior defeito e a maior virtude do Che?

- Virtude acho que não tinha nenhuma. O que posso dizer é que o homem era dedicado aos seus ideais, que obviamente estavam errados e foram um desastre total. E que nos próprios treinamentos, me disse gente que treinou com ele, era muito persistente. Estava cansado, morto e tentava continuar. Não desistia. Mas, por outro lado, foi um assassino que gostava de matar pessoas e estava cheio de ódio pelo inimigo. Uma pessoa que mandou fuzilar milhares de cubanos.

- A captura dele foi a maior conquista de sua carreira?
- Uma das principais, embora seja a que ficou mais famosa.
- Existe alguma operação que não gosta de se lembrar?

- Possivelmente o episódio mais duro foi precisamente quando tive que comunicar a ordem, de parte do Governo boliviano, para que eliminassem o Che. Embora também tenha pensado no desastre causado em minha pátria no momento em que deixaram Fidel Castro em liberdade.

- Comunicou a ordem na frente de Guevara?

- Não, eu recebo a comunicação e depois entro na sala, paro na frente dele e digo: “Comandante, sinto muito, é uma ordem superior”. E ele entendeu perfeitamente o que eu estava dizendo.

- O que ele disse?

- “É melhor assim. Eu nunca deveria ter caído prisioneiro vivo”. Então tirou o cachimbo e disse: “Quero dar este cachimbo a um soldado boliviano que se portou bem comigo”. Guardei o cachimbo e perguntei: “Quer algo para sua família?”. E ele me respondeu, diria que de forma sarcástica: “Bem, se puder diga a Fidel que logo verá uma revolução triunfante na América”. Eu interpreto como se tivesse dito a Fidel: “Você me abandonou, mas isso vai triunfar de qualquer maneira”. Depois mudou de expressão e disse: “Se puder, diga para a minha mulher se casar de novo e tentar ser feliz”. Essas foram suas últimas palavras. Ele se aproximou de mim, apertamos as mãos, demos um abraço, ele deu uns passos para trás e ficou parado pensando que era eu que ia matá-lo.

- O que aconteceu com o cachimbo?

- Olha, foi uma das coisas que me arrependo. Tirei o tabaco e guardei. Inclusive na culatra de um dos revólveres que uso tenho parte do fumo da última vez que ele usou, enfiada em um vidrinho. Depois veio o sargento Mario Terán dizendo: “Meu capitão, quero o cachimbo! Eu o matei, eu mereço!”. E eu, que por dentro, não queria ter que cumprir um desejo dele, sabendo tudo que tinha feito com a minha pátria, peguei o cachimbo e dei ao sargento: “Tome, para que se lembre do seu feito” [diz com tom de rechaço]. Pegou o cachimbo, abaixou a cabeça e foi embora.

- O que mais chamou sua atenção quando viu o Che?

- Ver um homem tão destruído.

- O que sentiu ao falar com ele?

- Naquele momento, honestamente, não tinha percepção do que estava acontecendo, a magnitude que tinha aquela operação. Para mim, era mais uma operação. Para mim, o Che Guevara não era grande coisa, não era a figura que Cuba depois fabricou.

- Ficou surpreso com algo que ele disse?

- Toda vez que eu fazia perguntas de interesse tático para nós, ele respondia: “Você sabe que não posso responder isso”. Por outro lado, houve um momento em que começamos a falar sobre a economia cubana, e ele começou a culpar o embargo americano por tudo. Disse a ele: “Comandante, você foi presidente do Banco da Nação e nem era economista” Então, ele respondeu: “Você sabe como cheguei a presidente do Banco?”. E me conta: “Um dia entendi que Fidel estava pedindo um comunista dedicado e levantei minha mão. Mas estava pedindo um economista dedicado”.

- Presenciou a execução dele?

- Não. Não tinha nenhum interesse em ver aquilo. Fui para outro lugar e me sentei em um banquinho a uns cem metros para tomar notas. Ouvi uma rajada curta e anotei: uma e quinze da tarde. A hora exata em que foi executado.

Vídeo: 'Che' é celebrado em Cuba 50 anos após sua morte (Via AFP)

O legado de Che Guevara 50 anos após sua morte

Até mesmo as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) já se despediram dele. Desde que os guerrilheiros entregaram as armas, Ernesto "Che" Guevara não determina mais o cotidiano deles. Há pouco tempo, a ilustração do rosto da figura emblemática ainda estampava os uniformes dos rebeldes na selva colombiana. Agora, eles têm de seguir adiante sem o líder revolucionário.

Nesta segunda-feira (09/10), comemora-se o 50º aniversário da morte de Che Guevara. Nascido em 1928 na Argentina, o médico, revolucionário e guerrilheiro ganhou projeção internacional quando, entre 1956 e 1959, comandou a Revolução Cubana ao lado de seu companheiro e posteriormente chefe de Estado cubano, Fidel Castro.

Che Guevara foi uma das figuras mais emblemáticas e importantes da revolução. No entanto, abandonou seus cargos políticos na ilha para poder avançar com outras revoluções: no Congo e na Bolívia. Até que, em 1967, foi capturado, preso e morto pelo Exército boliviano.

Meio século depois, muitos se perguntam: o que permaneceu do legado de Che Guevara com o fim da Guerra Fria, com a reaproximação entre Cuba e Estados Unidos e com a morte de Fidel Castro? Ele ainda serve de ícone e inspiração fora de Cuba para os políticos de esquerda de todo o mundo?

Era Trump

"Como figura política Che Guevara já foi enterrado há muito tempo, mas como líder revolucionário, ícone pop e inspiração do Movimento Estudantil de 1968 ele ainda vive", afirma Matthias Rüb, correspondente do jornal alemão Frankfurter Allgemeinen Zeitung na América Latina.

Autor de uma biografia sobre Che Guevara recém-publicada na Alemanha, Rüb aborda não apenas as anotações do próprio líder revolucionário, como também a recepção política de suas ideias.

"Ainda que Che hoje pareça anacrônico, ele nunca perdeu força como figura simbólica antiamericanismo", diz o biógrafo. Para Rüb, não se pode descartar que a era Trump esteja ressuscitando o patrono dos críticos da globalização e herói dos movimentos de libertação de esquerda.

"O atual presidente norte-americano, Donald Trump, está fazendo de tudo para que o antiamericanismo seja reavivado e possivelmente, dando vida a Che novamente", afirma Rüb.

Rejeição à luta armada

Na Alemanha, o contato com a figura de Che aconteceu principalmente na história recente do país. Para Heike Hänsel, política do partido alemão A Esquerda, Che Guevara continua sendo a figura emblemática de Cuba. Ela defende a mensagem do líder revolucionário. "Para o A Esquerda, é um ponto crucial que não nos sujeitemos a nenhum tipo de exploração e muito menos ao imperialismo."

No entanto, Hänsel rejeita veementemente a utilização da luta armada para a defesa da igualdade social e do socialismo, tal como defendia Che Guevara.

"Há tantas zonas de conflito e guerras civis que é totalmente irresponsável defender e propagar a luta armada", esclarece a política. Com o avanço das técnicas bélicas, hoje seria uma loucura querer defender e implementar ideais políticos por meio da utilização de armas, diz.

O antigo ministro do Exterior do México, Jorge Castañeda, começou há vinte anos com a desconstruir o legado do líder revolucionário. "As ideias de Che Guevara, sua vida, seu legado e seu exemplo pertencem ao passado. Por isso, elas nunca mais poderão se tornar atuais", analisou Castañeda na biografia do argentino que publicou em 1997.

Na época da publicação, as afirmações de Castañeda causaram escândalo na América Latina. Isso porque, Che Guevara era – e continua sendo – uma inspiração para os críticos da política neoliberal apoiada por Washington e que levou a Argentina à falência no início dos anos 2000. A ascensão de políticos de esquerda nesse período permitiu um histórico comeback da figura de Che Guevara na América Latina.

Che e o papa Francisco

Para Rüb, os atuais movimentos sociais na América Latina de certa forma levam adiante a luta do líder da Revolução Cubana. "Não há mais a figura de um único grande revolucionário. A luta contra a desigualdade social continua viva na América Latina, mas ela é agora conduzida por coletivos e movimentos sociais que, por meios pacíficos, querem fazer valer seus direitos."
O papa Francisco, argentino assim como Che Guevara, também pertence a essa nova luta na região, como aponta Rüb. "Francisco é um papa que tenta dar continuidade à herança de Che de forma pacífica. Na América Latina, isso significa sobretudo a superação da terrível desigualdade social", diz. "Exagerando um pouco, pode-se dizer que o papa Francisco é o novo Che Guevara."