quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012
O governo do Irã está disposto a erradicar o cristianismo no país, enquanto a Rússia quer proteger os Cristãos
O governo do Irã está disposto a erradicar o cristianismo no país, as atenções estão dirigidas ao público jovem e missionários radicados no Irã, sobre o argumento que a literatura cristã e os meios de comunicação têm contribuído para a expansão da religião de Jesus entre a juventude. Segundo nota " os evangelizadores têm realizado uma campanha milionária afim de que a sociedade e os jovens abandonem o Islã ". Recentemente foram confiscadas mais de 6,5 mil Bíblias no país, além de sites e destruição de templos cristãos.
Enquanto isso na Rússia, há o interesse de proteger os Cristãos.
Há evidência de que a Rússia está, seja lá por qual motivo for, interessada em proteger os cristãos. Um artigo na Interfax traz o título “Putin se compromete que Rússia defenderá os cristãos perseguidos em outros países”.
Então, até que ponto os russos estão sendo sinceros? Tem havido uma abundância de comentários sobre o assunto aqui nos Estados Unidos, em grande parte atacando a Rússia por defender seus próprios interesses sob o pretexto de preocupações com os cristãos. Quem sabe?
Mas eis algumas coisas a se considerar:
1) Até mesmo na União Soviética ateísta, as igrejas que haviam sofrido bombas na guerra foram restauradas com amor e sacrifício, com um custo enorme para a nação, como foram outros lugares de valor cultural. O governo russo pode ter criticado publicamente o Cristianismo, mas o povo russo não teria tolerado a destruição física das igrejas ortodoxas russas. Ora, eu cheguei a visitar uma dessas igrejas em Leningrado (nome que agora foi revertido para São Petersburgo), que foi, lamentavelmente, transformada no tão chamado Museu da Religião e Ateísmo, um exemplo deplorável de sacrilégio e blasfêmia descarada. Mas o edifício inteiro e suas mobílias, inclusive imagens, estavam em condições excelentes. Diferente da China de Mao, os objetos tradicionais e antigos não foram destruídos, muito pelo contrário.
2) A oposição russa à intervenção ocidental em Kosovo tinha também raízes culturais e religiosas. A população eslávica ali é e era majoritariamente russa ortodoxa, com cultos geralmente realizados no eslavônio eclesiástico, uma variante arcaica do russo. Vamos nos lembrar dos temas de arrependimento cristão na novela Crime e Castigo, e da mensagem pró-cristã de Anna Karenina de Tolstoy. Ambos os livros eram impressos e publicados na União Soviética e estavam disponíveis para o público a preços baixos em toda a história soviética. (Sei disso porque comprei meus exemplares diretamente da União Soviética, e por uma bagatela.) O nome Raskolnikov, o protagonista de Crime e Castigo, vem de “raskolniki,” uma seita cristã perseguida da Rússia do século XVII que estoicamente sofreu torturas excruciantes por sua fé. A alma russa identifica-se com os cristãos perseguidos, principalmente os cristãos ortodoxos perseguidos, mas por extensão, com todas as variedades de Cristianismo.
3) Em Moscou e São Petersburgo, os prefeitos têm se oposto às paradas gays, se recusando a conceder autorização e até prendendo ativistas gays que desafiaram a lei para realizar as paradas. Isso tem a ver com a cultura, já que está ligado à variedade eslávica do “machismo”, e com a religião. É difícil separar a doutrina bíblica sobre a homossexualidade (que nunca morreu entre o povo) de um fenômeno puramente cultural, mas ao recusar autorizações para eventos homossexuais, os governos locais sem dúvida levam em consideração o respeito e amor do povo pela família tradicional. Contraste isso com as escolas ocidentais que ensinam sujeira e perversão para as crianças como se fossem algo divino a ser adorado e amado.
4) A Rússia se opôs à intervenção ocidental no Egito, Líbia e agora na Síria, especificamente expressando preocupações com o destino da população cristã ali.
Agora, você pode argumentar que a Rússia está preocupada apenas com seus próprios planos políticos, temerosa de sua própria inquieta população islâmica e como eles responderão ao que resultar da situação síria, ou com questões econômicas ou coisas do tipo. Pode haver alguma verdade nisso.
Mas uma coisa é certa. Embora as autoridades russas estejam tendo a coragem de lamentar o sofrimento dos cristãos no Oriente Médio, as autoridades de nossos países “cristãos” não disseram absolutamente nada sobre o sofrimento dos cristãos durante as duas últimas décadas de intervenções militares ocidentais que trouxeram como consequência perseguição, exílio e assassinato de cristãos no exterior.
Qualquer que seja o motivo ou razão, os primeiros agora são os últimos e os últimos são os primeiros.
Traduzido por Julio Severo do Laigle’s Forum do artigo original: Why did Russia and the West reverse roles?
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