Rússia: Reabilitação do nazismo e efeito bumerangue
O parlamento russo está considerando possibilidades de criminalizar as tentativas de reabilitar o nazismo. O projeto de lei prevê multas pesadas até cinco anos de prisão por negação os crimes estabelecidos pelo veredicto do Tribunal de Nurembergue.
Os autores do projeto de lei propõem complementar o Código Penal com um artigo chamado “Reabilitação do nazismo”. Por negar os fatos estabelecidos pelo Tribunal Internacional Militar em Nurembergue os infratores se sujeitariam a multas de até 300 mil rublos (cerca de 10 mil dólares), ou a penas de prisão até três anos. Os mesmos atos cometidos com o uso de posição oficial ou mídia são puníveis com uma multa de até 500 mil rublos, ou uma pena de prisão de até cinco anos.
Leis que devem impedir a reabilitação do nazismo existem na Áustria, Alemanha, Bélgica e França. Ao mesmo tempo, a política geral da União Europeia em relação às tentativas de reviver o nazismo parece bastante estranha. Ainda em 2009, a Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (PACE), em sua resolução “Reunificação da Europa dividida”, equiparou o nazismo ao estalinismo. Segundo seus autores, a adoção de um tal documento “histórico” dá aos ex-países da URSS o direito de exigir legalmente da Rússia a compensação de danos pela “ocupação”.
A ideia foi entusiasticamente retomada, em primeiro lugar, pelos países bálticos. Por exemplo, na Letônia passaram de homenagens aos veteranos da divisão fascista Waffen SS a legislação: Riga impôs uma punição pela negação da suposta “ocupação soviética” do país.
E os recentes acontecimentos na Ucrânia – o apoio e patrocínio de um golpe pró-nazista – tornaram-se mais um exemplo flagrante dos duplos padrões de Bruxelas: na Europa não deve haver nazismo, mas junto da Rússia ele pode mesmo estar em pleno florescimento. Ha que dizer que esta é uma política impensada: o efeito bumerangue não deixou de existir, nota o historiador Vladimir Simindei:
“As forças de extrema-direita estão ganhando impulso na Europa. Sua atividade está em muito ligada a tentativas de revisão dos resultados da Segunda Guerra Mundial e da relação ao nazismo. E tudo isso é servido numa embalagem russofóbica. Tais processos vão continuar a ocorrer, infelizmente, há que constatar isso. Outra questão é que conseguir rever os resultados da Segunda Guerra Mundial a nível oficial seria muito difícil.”
Por volta do 70º aniversário do início da Grande Guerra Patriótica (como a segunda guerra é conhecida na Rússia), em 2011, a imprensa ocidental foi varrida por uma avalanche de artigos “analíticos”. Pseudohistoriadores e cientistas políticos estavam diligentemente tentando descobrir quem matou mais pessoas – Hitler ou Stalin. Todas estas “pesquisas” tinham um objetivo: apagar por completo a memória de quem ganhou a guerra e salvou a humanidade do nazismo. Até hoje, ideólogos ocidentais estão trabalhando incessantemente. Isto sugere que o prazo de validade do “enxerto contra o nazismo” em países europeus está terminando, acredita o analista político Alexei Mukhin:
“Infelizmente, a Europa não está agora em condições de desenvolver um antídoto contra este tipo de desculpas – e, aparentemente, está condenada a uma radicalização do processo político. A Rússia, a este respeito, pode agir, como sempre o fez, de reduto da oposição à ameaça nazista - e deve fazê-lo. Este tipo de legislação que proíbe a promoção e justificação do nazismo, de seus crimes contra a humanidade é uma espécie de remédio homeopático para prevenir a evolução da doença do nazismo e sua transformação numa doença crônica.”
Os líderes do Velho Mundo continuam cometendo o mesmo erro. Seu princípio de ação é sempre o mesmo: agitar as forças mais radicais, ajudá-las a se equiparem bem, e mandá-las para o Leste. No entanto, a história ensina (àqueles que querem aprender): Drang nach Osten sempre acaba em Drang nach Westen.
Fonte: Voz da Rússia
A Rússia não foi nem uma boa samaritana, deve ter se aproveotado bastantr, como se aproveitou, ela e o EUA, saquearam o povo alemão com a divisão da Alemanha. Eles.tem todo o direito de revodar e cobrar!
ResponderExcluirÉ uma imensa hipocrisia por parte da Russia. se forem levantar o tapete e tirar tudo que a URSS escondeu... Hitler, sem duvidas foi um ditador tirano. mas Stalin nao foi nenhum Nelson Mandela. Sovieticos hipocritas. massacraram a Polonia um pouco antes de 1939 e culparam os alemaes. o comunismo deveria ser tao crime como nazismo. pois esses mesmos cometeram atos horriveis e estao hoje ai com imagem de santo. A URSS nao foi heroica em nada. apenas se defenderam. ou nao lembram do pacto que Stalin tinha com Hitler ?. se tem algum heroi nessa historia. sao os Aliados.
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