O conservador é guiado por um forte senso de certo e errado, que são conceitos absolutos. Não há espaço para o relativismo moral: para o conservador, o fim jamais justifica os meios.
Mas quem foi Roger Scruton?
Nascido em 27 de fevereiro de 1944 em Buslingthorpe, Reino Unido e falecido em 12 de janeiro de 2020, Brinkworth, Reino Unido.
Roger Scruton foi influenciado por Immanuel Kant, Platão, Edmund Burke entre outros.
O mais importante pensador conservador contemporâneo, um dos maiores filósofos ingleses em atividade, cavaleiro da Ordem do Império Britânico, autor de mais de 50 livros, compositor de óperas, crítico cultural: reconhecido ao redor do mundo como a mais expressiva voz contemporânea do conservadorismo.
Às vezes considerado o livro mais importante de Roger Scruton, O que É Conservadorismo explora cada uma das noções fundamentais dessa inclinação política: comunidade, tradição, obediência e lealdade. O que os conservadores valorizam, segundo Scruton, é a livre associação, assegurada por leis e organizada em instituições independentes.
Esta é, com certeza, a mais importante formulação do pensamento conservador feita na filosofia contemporânea.
Para a esquerda, afirma Scruton, os seres humanos estão sempre divididos em grupos de inocentes e culpados, e a justiça social é algo que precisa ser imposto pelo Estado, por meio de um plano que, ignorando os obstáculos dos direitos e deveres individuais, invariavelmente envolve privar as pessoas de coisas que elas adquiriram por meio de escolhas livres e negociações justas. Governar, assim, torna-se “a arte de tomar e redistribuir as coisas a que supostamente todos os cidadãos têm direito”.
Já para a direita, cada indivíduo está ligado a particularidades e contingências, a motivações e vontades que são irredutíveis a qualquer teoria abstrata ou plano econômico quinquenal – daí sua constrangedora (para a esquerda) tendência a rejeitar qualquer plano que sacrifique sua liberdade de escolha e seus direitos, ou que ameace o império da lei e a autonomia de instituições que existem para protegê-lo, não para esmagá-lo.
Mas nem toda a mudança é para melhor. Mudanças precipitadas podem destruir a ordem social. O conservador adota a prudência diante das mudanças radicais, buscando entender suas consequências futuras acima de seus efeitos superficiais imediatos.
O conservador entende que os costumes e convenções, herdados das gerações passadas, passaram pelo teste do tempo: são o resultado de séculos de tentativa, reflexão e sacrifício. Por isso, devem balizar as mudanças na sociedade.
O conservador tem afeição pela diversidade da existência humana, em oposição à uniformidade e ao igualitarismo dos sistema radicais. Os conservadores não procuram forçar a uniformidade sobre a humanidade.
O conservador afirma a igualdade perante Deus e os tribunais. Qualquer outra tentativa de nivelamento leva à estagnação social ou a novas formas de desigualdades pelas mãos de tiranos.
Deus, Família e a Pátria são pilares fundamentais nos ideais conservadores, os princípios éticos e morais, a observância de leis justas feitas para o bem estar de todos.
Sendo o homem imperfeito, nenhuma ordem social perfeita jamais poderá ser criada. Buscar uma utopia é terminar em desastre. O que podemos esperar é uma sociedade razoavelmente ordenada, justa e livre. Através de reformas prudentes, podemos preservar e aperfeiçoar a ordem social.
Ganhar e gastar não são os objetivos principais da existência humana, mas sim a construção de uma base econômica sólida para as pessoas, as famílias e a comunidade. Redistribuição de riquezas, através de taxas e outros meios, não é sinônimo de progresso econômico.
Liberdade e propriedade privada estão intrinsecamente ligadas. Sem a propriedade privada, o poder do Estado sobre os indivíduos é incontrolável.
A meritocracia aliada a oportunidade igual para todos, o trabalho como direito e honra
O conservador é movido por um desejo de descentralização do poder, menor interferência governamental e maior liberdade individual.
Em suma, segundo Scruton a premissa da esquerda é que a marcha da História é previsível e controlável, enquanto a da direita é que essa marcha é determinada por desafios novos e imprevisíveis que se colocam a cada dia, e para os quais não existe receita de bolo. Para a esquerda não existe surpresa, e tudo é justificável: até mesmo as atrocidades cometidas por regimes comunistas são minimizadas, colocando-se a culpa nas forças reacionárias que resistem ao socialismo e impedem o seu avanço..