domingo, 8 de fevereiro de 2015

A verdade sobre a "civilização árabe"

Esta carta foi enviada a Carly Fiorina, Chief Executive Officer da "Hewlett Packard Corporation", em resposta a um discurso dado por ela no dia 26 de Setembro de 2001.

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Por Peter BetBasoo - 7 de Novembro de 2001

Cara Senhora Fiorina:

Foi com grande interesse que li o seu discurso dado no dia 26 de Setembro de 2011, com o título "Technology, Business and Our way of Life: What's Next" [sic]. Fiquei particularmente interessado na história que você contou no final do seu discurso em torno da civilização Árabe/Muçulmana. Como um Assírio, não-Árabe, nativo do Médio Oriente cujos ancestrais remontam a 5,000 antes de Cristo, quero esclarecer alguns pontos que você fez nesta pequena história, e alertá-la para os perigos de ser involuntariamente atraída para a ideologia Arabista/Islamita, que tem como propósito assimilar todas as culturas e religiões para dentro da "pasta" Árabe/Islâmica.

Sei que você é uma mulher ocupada, mas por favor separe 10 minutos para ler o que se segue uma vez que é uma perspectiva que você dificilmente obterá em algum outro lugar. Irei responder aos pontos específicos que você levantou no seu discurso, e concluir com uma breve perspectiva desta ideologia Arabista/Islamita.

Os Árabes e os Muçulmanos apareceram na cena mundial em 630 A.D. quando os exércitos de Maomé começaram a conquistar o Médio Oriente. Temos que ser bastante claros em ver que isto foi uma conquista militar, e não uma iniciativa missionária, e que através do uso da força, autorizada por uma declaração de Jihad contra os infiéis, os Árabes/Muçulmanos foram capazes de converter e assimilar os não-Árabes para o seu grupo. Muito poucas comunidades indígenas sobreviveram a isto - maioritariamente Assírios, Judeus, Arménios e Coptas (do Egipto).

Havendo conquistado o Médio Oriente, os Árabes colocaram estas comunidades sob um sistema de governo com o nome de "Dhimmi" (ver o livro "Dhimmi", por Bat Ye'Or), onde estas comunidades tinham permissão para se governarem como uma minoria religiosa (Cristãos, Judeus, Zoroastristas). Estas comunidades tinham, no entanto, que pagar um imposto (com o nome de Jizya em arábico) que era, para todos os efeitos, uma penalização por não serem Muçulmanos, e era normalmente 80% do rendimento em tempos de tolerância, e 150% em épocas de opressão. Esta imposto forçou muitas comunidades a converterem-se ao islão, tal como era suposto.

Você diz:

Os seus [dos Árabes/Muçulmanos] arquitetos construíram edifícios que desafiavam a gravidade.

Não sei bem do quê é que você está a falar, mas se por acaso você tem em mente as abóbodas e os arcos, a inovação fundamental arquitectónica de se usar a forma parabólica em vez da forma circular nestas estruturas foi feita pelos Assírios cerca de 1300 anos antes, tal como pode ser confirmado pelos registos arqueológicos.

Você diz:

Os seus matemáticos criaram a álgebra e os algoritmos que permitiriam mais tarde a construção de computadores, e a criação de criptografia.

As bases fundamentais da matemática moderna foram estabelecidas não centenas mas milhares de anos antes pelos Assírios e pelos Babilônios, que já conheciam o conceito do zero, já usavam o Teorema de Pitágoras e muitos outros desenvolvimentos expropriados pelos Árabes/Muçulmanos (ver "History of Babylonian Mathematics", Neugebauer).

Você diz:

Os seus médicos examinaram o corpo humano e descobriram novas curas para as doenças.

A maior parte destes médicos (99%) eram Assírios. Durante o 4ª, o 5ª e o 6ª séculos os Assírios começaram uma tradução sistemática do corpo de conhecimento Grego para o Assírio. Inicialmente eles concentraram-se nos trabalhos religiosos, mas rapidamente passaram para a ciência, a filosofia e a medicina. Sócrates, Platão, Aristóteles, Galeno e muitos outros foram traduzidos para o Assírio, e do Assírio para o Arábico.

Foram estas traduções Arábicas que os Mouros trouxeram para a Espanha, e que os Espanhóis traduziram para o latim e espalharam por toda a Europa, dando assim início ao Renascimento Europeu.

Por volta do século 6, os Assírios começaram a exportar de volta para Bizâncio os seus próprios trabalhos de ciência, filosofia e medicina. Na área da medicina, a família Assíria com o nome de Bakhteesho produziu 9 gerações de médicos, e fundaram a grande escola de medicina em Gundeshapur (Irão). Também na área da medicina, o livro de medicina centrado na oftalmologia escrito em 950 AD pelo Assírio Hunayn ibn-Ishaq foi a fonte autoritária do tópico até 1800 AD.

Na área da filosofia, o filósofo Assírio Job of Edessa desenvolveu uma teoria física para o universo (na língua Assíria) que rivalizou com a teoria de Aristóteles, e que buscou forma de substituir a matéria com forças (teoria que antecipou algumas ideias da mecânica quântica, tais como a criação e a destruição espontânea que ocorrem no vácuo quântico).

Uma das maiores realizações Assírias do 4ª século foi o estabelecimento da primeira universidade do mundo. A Escola de Nisibis, que tinha três departamentos, Teologia, filosofia e medicina, tornou-se num imã e centro de desenvolvimento intelectual no Médio Oriente. Os estatutos da Escola de Nisibis, que foram preservados, tornaram-se mais tarde no modelo sobre o qual a primeira universidade Italiana se baseou (ver "The Statutes of the School of Nisibis", por Arthur Voobus).

Quando os Árabes e o Islão varreram o Médio Oriente por volta de 630 AD, eles encontraram 600 anos de Civilização Cristã Assíria, com uma rica herança, uma cultura altamente desenvolvida e instituições de ensino avançados. Foi esta civilização que se tornou na base da civilização Árabe.

Você declara:

Os seus astrónomos olharam para os céus, deram nomes às estrelas, e pavimentaram o caminho para as viagens e para as explorações espaciais.

Isto é ligeiramente melodramático. Na verdade, os astrónomos dos quais você se refere não eram Árabes mas Caldeus e Babilónios (da parte que é hoje o Sul do Iraque), que há milénios eram conhecidos por serem astrónomos e astrólogos, e que foram Arabizados e Islamizados à força - tão rapidamente que por volta de 750 AD eles tinham desaparecido completamente.

Você declara:

Os seus escritores criaram milhares de histórias. Histórias de coragem, romance, e magia. Os seus poetas falaram de amor quando os outros estavam demasiado imersos no medo para falar de tais coisas.

Há muito pouco literatura na língua árabe que procede do período do qual você se refere (sendo o Alcorão a única obra de literatura significativa), enquanto que a produção literária dos Assírios e dos Judeus era enorme. O terceiro maior corpo de literatura Cristã, depois do Latim e do Grego, foi feita pelos Assírios na língua Assíria (também conhecida como "Siríaco"; ver aqui.)

Você declara:

Enquanto que as outras nações tinham receio das ideias, esta civilização prosperou por causa delas, e manteve-as vivas. Quando os censuradores ameaçaram apagar o conhecimento das antigas civilizações, esta civilização manteve o conhecimento vivo e passou-o aos outros.

Este ponto que você levanta é muito importante, e é o cerno do que a civilização Árabe/Islâmica representa.

Eu revi um livro com o nome "How Greek Science Passed to the Arabs", onde o autor lista importantes tradutores e interpretadores da ciência Grega. Dos 22 estudiosos listados, 20 eram Assírios, 1 era Persa e 1 era Árabe. No final da minha revisão, declarei:

A conclusão saliente que pode ser feita do livro de O'Leary é que os Assírios desempenharam um papel significante na construção do mundo islâmico através do corpo de conhecimento dos Gregos. Se isto é assim, temos que perguntar o que foi que aconteceu com as comunidades Cristãs que fez com que elas perdessem todo este grande empreendimento intelectual que elas haviam estabelecido. O mesmo pode ser perguntado sobre os Árabes. Infelizmente, o livro de O'Leary não responde a esta pergunta, e como tal, temos que procurar respostas noutros sítios.

Eu não respondi a esta pergunta que coloquei na minha revisão porque não era o lugar próprio para a responder, mas a resposta é bastante clara.

A comunidade Assíria foi drenada da sua população através da conversão forçada para o islão (através da jizya), e mal a comunidade foi reduzida para abaixo dum limiar crítico, ela parou de produzir os grandes estudiosos que eram a força condutora da civilização islâmica. e foi aí que assim chamada "Idade de Ouro do Islão" chegou ao fim (por volta de 850 AD).

A própria religião islâmica foi significativamente moldada pelos Assírios e pelos Judeus (ver "Nestorian Influence on Islam" e "Hagarism: the Making of the Islamic World").

A civilização Árabe/Islâmica não é uma força de progresso mas sim força de retrocesso; ela não dá ímpeto, ela atrasa. A grande civilização que você descreve não era Árabe/Muçulmana mas sim uma civilização baseada nos avanços Assírios - avanços esses que foram expropriados e subsequentemente perdidos quando eles [os Muçulmanos] usaram as conversões forçadas para o islão como forma de drenar a fonte de vitalidade intelectual que impulsionou a tal civilização "Arabe/Islâmica".

Você declara:

E muito provavelmente podemos aprender uma lição do seu [Suleiman] exemplo: foi uma liderança baseada no mérito e não na herança. Foi uma liderança que aproveitou todo o potencial da população diversa que incluíam tradições Cristãs, Islâmicas e Judaicas.

Na verdade, os Otomanos eram extremamente opressivos em relação os não-Muçulmanos. Por exemplo, rapazes Cristãos eram levados à força das suas famílias - normalmente com idades dos 8 aos 10 - e introduzidos os janízaros, (yeniceri em Turco) onde eles eram islamizados e forçados a combater do lado dos Otomanos.

Que empreendimentos artísticos e científicos podem ser atribuídas aos Otomanos? Podemos, por outro lado, apontar para o genocídio de 750,000 Assírios, 1,5 milhões de Arménios, e 400,000 Gregos durante a Primeira Grande Guerra sob o governo dos "Jovens turcos" Kemalistas. Esta é a verdadeira face do islão.

Os Árabes/Muçulmanos estão envolvidos numa campanha explícita de destruição e expropriação de culturas, comunidades, identidades e ideias. Sempre que a civilização Árabe/Muçulmana se depara com uma civilização não-Árabe/não-Muçulmana, ela tenta destruir (tal como as estátuas Budistas foram destruídas no Afeganistão, tal como Persépolis foi destruída pelo Ayotollah Khomeini). Este é um padrão que tem sido recorrente desde o advento do islão - há cerca de 1400 anos - e está amplamente confirmado pelos registos históricos.

Se a cultura "estrangeira" não pode ser destruída, ela é então expropriada, e os historiadores revisionistas alegam que era uma civilização Árabe, como aconteceu no seu discurso com a maior parte das realizações "Árabes". Por exemplo, os textos em torno da história dos Árabes no Médio Oriente ensinam que os Assírios eram Árabes, quando nenhum estudioso respeitável afirmaria tal coisa, e nenhum Assírio vivo o aceitaria.

Os Assírios estabeleceram-se inicialmente em Nínive (uma das maiores cidades Assírias) por volta de 5000 AC, o que é 5630 anos antes dos Árabes chegarem a essa área. A própria palavra "Árabe" é uma palavra Assíria que significa "Ocidental" (a primeira referência escrita foi feita pelo Rei Assírio Senaqueribe, onde ele fala de conquistar os "ma'rabayeh" -- Ocidentais. Ver "The Might That Was Assyria", por H. W. F. Saggs).

Até nos Estados Unidos esta política de Arabização continua. No dia 27 de Outubro uma coligação de 7 organizações Assírias e Maronitas enviou uma carta carta oficial ao "Instituto Árabe Americano" pedindo-lhes que parassem de identificar os Assírios e os Maronitas como Árabes, coisa que eles faziam de um modo deliberado.


Existem minorias e nações que lutam para sobreviver no oceano Árabe/Muçulmano do Médio Oriente e em África (Assírios, Arménios, Coptas, Judeus, Sul-Sudaneses, Etíopes, Nigerianos....) e como tal temos que ser muito sensíveis para que, inadvertidamente e involuntariamente, ofereçamos o nosso apoio ao fascismo islâmico e ao imperialismo Árabe na sua tentativa de erradicar todas as outras culturas, religiões e civilizações.


Cabe a cada um de nós fazer o nosso trabalho de cada e a nossa pesquisa sempre que fazemos declarações e discursos sobre temas sensíveis.
Espero que esta informação lhe seja iluminadora. Para mais informação, refira-se aos links mais em baixo. Você pode-me contactar no email keepa@ninevehsoft.com para mais questões.

Obrigado pelas suas considerações.

Links:

Brief History of Assyrians | Assyrian International News Agency | Assyrian American National Federation | Assyrian Academic Society | Zinda Magazine

Beth Suryoyo | Nineveh Online | World Maronite Union | Maronite Research Council | World Lebanese Organization | Coptic Web
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Entrevista ao autor do texto.