domingo, 29 de abril de 2012

Brasil desloca militares após Bolívia expulsar Brasileiros na fronteira


Brasil desloca militares após Bolívia expulsar brasileiros na fronteira

O Ministério da Defesa deslocou uma tropa para o município de Capixaba (AC), a 70 quilômetros de Rio Branco, após o Exército da Bolívia ter retomado o processo de expulsão de brasileiros que vivem em seu território.
Na semana passada, antes de expulsarem um colono brasileiro, os militares bolivianos circularam por Capixaba portando pistolas e armas de grosso calibre, fizeram compras no comércio local e até abasteceram seus veículos num posto da cidade.
A tropa do Exército Brasileiro, que conta com apoio da Polícia Federal, tem a missão de guardar a fronteira e impedir novas entradas não autorizadas de militares bolivianos em território nacional.
O Ministério da Defesa movimentou o Exército e a Polícia Federal após o governador do Acre, Tião Viana (PT), ter informado ao Gabinete de Segurança Institucional que colonos brasileiros estão sendo expulsos de suas casas e suas terras estão sendo ocupadas por soldados bolivianos.
Existem mais de 500 colonos brasileiros na região do Alto Acre, que abrange os municípios de Capixaba, Acrelândia, Plácido de Castro, Epicilância, Brasiléia e Assis Brasil. Além dos colonos, existem 50 produtores rurais com pequenas fazendas, que variam de 100 a 300 hectares de pastagens.
O colono José Carlos Caldas, expulso pelos bolivianos, perdeu a plantação e a pequena criação de gado, além de outros bens. Parte do gado teria sido abatida pelos militares para alimentar a tropa boliviana.
O colono registrou o caso na delegacia da Polícia Federal de Epitaciolândia e pediu ajuda do governo brasileiro. A propriedade que ele ocupava na Bolívia pertencia ao pai dele há mais de 40 anos.
- O grave é que a Bolívia não parece empenhada em manter boas relações diplomáticas. Qualquer ação militar que envolva os exércitos dos dois países na fronteira deve ser comunicada, mas  nem o Exército Brasileiro, nem o Itamaraty e nem o Governo do Acre foram informados da operação. A situação exige por parte da diplomacia brasileira um protesto forte junto aos diplomatas bolivianos – disse o secretário Nilson Mourão, de Justiça e Direitos Humanos do Acre, após participar de uma reunião em Capixaba com a presença do ministro Eduardo Paes Sabóia, da Embaixada do Brasil na Bolívia.
Mourão adiantou que ele e o ministro estão elaborando um relatório em que sugerem que a Bolívia seja tolerante com a presença dos colonos brasileiros até o final do ano. Até lá, o os colonos serão assentados pelo Incra em território brasileiro.
- No povoado boliviano de Vila Bella, com cerca de 60 casas, não existe energia elétrica. Estamos dispostos, como sinal de boa vontade, a oferecer energia do Luz para Todos que passa no lado brasileiro da rua que divide os dois países. Estamos sugerindo, ainda, que haja um entendimento envolvendo a diplomacia dos dois países em relação aos 50 proprietários que possuem fazendas de 100 a 300 hectares na Bolívia, na região do município de Capixaba – acrescentou Mourão.

ENTENDA O ACONTECIDO

Bolívia expulsa brasileiros de território na fronteira

DIRETO DE PLÁCIDO DE CASTRO (AC)
Seringueiro Djalma Soares expulso da Bol�via
Seringueiro Djalma Soares expulso da Bolívia
Famílias de brasileiros que vivem em território boliviano, na fronteira com o Acre, estão sendo expulsas pelo governo do presidente Evo Morales. Homens, mulheres e crianças estão sendo forçados por funcionários bolivianos a abandonarem suas posses apenas com a roupa do corpo.
Milhares de brasileiros que vivem em território boliviano estão ameaçados de expulsão porque Evo Morales, sob a alegação de garantir a soberania do seu país, quer assentar 2 mil famílias de camponeses oriundos de La Paz e Cochabamba, em 200 mil hectares de terras localizadas na região fronteiriça.
As primeiras vítimas são as famílias de pequenos posseiros brasileiros expulsos do departamento de Pando. Cerca de 40 famílias já chegaram ao município de Plácido de Castro, a 97 quilômetros de Rio Branco. Neste ponto, o estado do Acre e o departamento boliviano de Pando são separados pelo Rio Abunã.
O seringueiro Djalma Soares, 55 anos de idade, vivia em território boliviano desde os nove anos. Em 46 anos de vida lá, jamais acumulou qualquer riqueza como seringueiro e coletor de castanha-do-brasil.
Estava há quatro meses na colocação Esperança, do seringal Barro Alto, às margens do igarapé Mamo. No final de semana, foi abordado por funcionários do governo boliviano e expulso para  o lado brasileiro junto com seis filhos, cujas idades variam de 7 a 14 anos.
- Os funcionários do governo boliviano disseram que iriam subir o rio e na volta não queriam mais me encontrar na minha colocação. Eu falei: tudo bem, eu volto pro meu Brasil. Trouxe uma rede, um lençol e três panelas. O resto ficou tudo: bacia, machado, terçado, cabrita e outros instrumentos de trabalho. Lá eu dava meu jeito de sobreviver. Não sei como será minha vida aqui na cidade, sem emprego.
Os relatos de violação de direitos dos seringueiros têm comovido aos agentes da Polícia Federal que atuam num posto de controle da fronteira em Plácido de Castro. O seringueiro Djalma Soares prestou depoimento após ter buscado apoio do vereador Alisson Ferreira (PTB).
- O que mais choca nessa situação é que os bolivianos estão expulsando os posseiros brasileiros mais pobres. Os fazendeiros brasileiros, que possuem propriedades lá e podem se defender, os bolivianos permitem que se retirem do país levando o que possuem. É uma vergonha que isso ocorra logo após o presidente Lula ter sancionado a lei sobre a residência provisória para estrangeiro em situação irregular no Brasil. Não há reciprocidade – disse Ferreira em depoimento à PF nesta manhã.
expulso com a fam�lia do igarapé Rim
Francisco Siqueira: expulso com a família do igarapé Rim

Vila Bella Flor: drogas, armas e imigração ilegal na fronteira Brasil-Bolívia


Sem energia elétrica, esgoto, água tratada, médico e escola, Vila Bella Flor possui apenas seis ruas de barro e 40 estabelecimentos comerciais, onde brasileiros e bolivianos revendem um punhado de quinquilharias made in China.

Do lado esquerdo da rua principal, ainda sem nome, o território é da Bolívia. Do outro lado, começa o gigante Brasil, onde existe um modesto restaurante e um galpão de madeira, com telhado de alumínio.
Bella Flor é um fenômeno demográfico que aos poucos vai se transformando em opção de vida para quem perdeu as esperanças no Acre ou no Brasil.
Localizada a três quilômetros do centro do município de Capixaba (AC), de 5,2 mil habitantes, na BR-317, Bella Flor atrai porque ninguém paga imposto, é permitido derrubar a floresta e até vender a madeira aos brasileiros.
Manoel Medeiros, 47, nasceu no Espírito Santo, e veio com os pais para o Acre aos sete anos de idade. A família dele comprou pequena área de terra, mas foi vendida e Medeiros se estabeleceu no centro de Capixaba.
Casado com uma brasileira, filha de bolivianos, Medeiros vive com os filhos no mesmo local onde abre a porta para revender roupas de origem chinesa.
O capixaba cavou um poço semi-artesiano do lado da casa e dele retira a água com ajuda de um motor-bomba instalado ao pé de uma torre. Ele é dono da FM Latina, cujo transmissor de 600 watts de potência foi enviado para reparo numa oficina de Rio Branco, a 80 quilômetros de distância.
- A vantagem daqui é que não existe cobrança. A gente pode derrubar a mata e queimar sem perseguição dos fiscais do Ibama porque a terra é boliviana. A vida aqui melhorou muito depois que o doutor Assuero Veronez trouxe as máquinas para abrir as nossas ruas – conta.
Presidente da Federação de Agricultura do Acre, o pecuarista Assuero Veronez é dono de uma fazenda junto ao marco da fronteira Brasil-Peru e de um loteamento com terrenos de até 45 metros de fundo no lado brasileiro.
A rede do programa Luz para Todos passa do lado esquerdo da rua principal. Segue em direção à propriedade de outro pecuarista, mas os habitantes de Bella Flor estão impedidos do benefício porque vivem do lado boliviano da rua.
No ano passado, o então deputado Fernando Melo (PT-AC) foi muito criticado no Acre ao defender a extensão da energia elétrica brasileira até Bella Flor.
A vila na verdade é uma terra indígena de 8 mil hectares dentro do departamento de Pando, cuja capital é Cobija, a 140 quilômetros de Capixaba.
As famílias que possuem comércio em Bella Flor não podem usar a BR-317 no transporte de mercadorias. Elas percorrem de carro mais de 200 quilômetros numa precária estrada aberta na floresta até Cobija, que é Zona de Livre Comércio.
O boliviano Guido Bonifácio, 30, conta que a vila foi fundada efetivamente no ano passado.
- Depois que abriram as ruas, realizamos uma solenidade. Nós achamos que esse lugar pode se tornar mais atrativo para os brasileiros que vão comprar produtos importados em Cobija. O pouco que vendemos aqui em média é 30% mais caro por causa do frete. Necessitamos urgente de energia elétrica.
José Luis Ayguana, 32, é um dos três policiais responsáveis pela manutenção da ordem pública em Bella Flor. O salário dos policiais é pago pelos comerciantes.
Eventualmente, ladrões brasileiros se aproveitam da escuridão em Bella Flor para atacar as lojas.
- Nosso maior problema são os brasileiros que invadem as nossas florestas. Eles retiram madeira e castanha ilegalmente. Estamos aqui para combatê-los. A ordem é atirar em qualquer ladrão – afirma Ayguana.
Guilherme Natipa, 65, nasceu em Plácido de Castro (AC), mas foi criado em Pando. Fala com sotaque espanhol, sempre viveu na Bolívia, costuma ser confundido com boliviano, mas comprova com documentos que é cidadão brasileiro.
- Sou brasileiro, mas entre os bolivianos sou boliviano. Sempre vivi deste lado. Cheguei em Bella Flor em 1964. O que me atraiu foi o Brasil, a possibilidade de estar num lugar com mais facilidade pra viver – relata.
O velho Natipa passa o dia em Bella Flor, mas quando chega a noite, sem energia, ele põe os pés na estrada e corre para os braços de Angelina Soares, uma mato-grossense de 45 anos, que mora em Capixaba, e com quem está casado há 10 anos.
A Superintendência da Polícia Federal no Acre diz que Bella Flor gera “tríplice preocupação”: imigração ilegal, drogas e armas.
- O contrabando é o menor dos problemas. Temos dossiês, informações, informes, quilos de dados sobre o local e sobre os moradores. Acompanhamos a situação já há algum tempo, mas a nossa preocupação maior é com as drogas, armas e imigração ilegal.

Comentário Vini Silva:


Quando tivemos a ditadura e depois com os governos de dieita jamais nenhum pais vizinho teve ousadia de nos afrontar.
Depois que o Lula assumiu, Hugo Chávez, Evo Morales e o Paraguai botaram as garrinhas de fora.
Nossa Policia Federal é atacada na fronteira ate pela Marinha Paraguaia que defende seus narcotraficantes e guerrilheiros.Essa politica complacente,omissa e covarde por parte do governo Federal deixa nossos irmãos da fronteira entregues a propria sorte.

A pouco tempo foram Peruanos onde comprometeram 70% da Amazonia deles com multinacionais e grandes madeireiras e massacram seus nativos que fogem para o Brasil. Agora é Evo Morales que a muito é manipulado por Hugo Chavez.

Existem suspeitas de bases extrangeiras na Bolivia formadas por Venezuelanos e quem sabe mais quem. O Brasil precisa entender que a nossa prosperidade e o nosso potencial fere os olhos desses invejosos e ao invez de tomarmos uma atitude mais austera Brasilia age como covarde e ainda pensa em premiar a Bolivia com facilidades.
A quem serve o nosso governo aos Brasileiros ou aos companheiros externos???

Um comentário:

  1. É muito evidente que Evo Morales queira assentar cocaleros na fronteira do brasil especialmente num lugar mais rural e menos vigiado. Por sua vez o governador Tião Viana do PT está dando muita bandeira através da falsa benevolência em oferecer Luz para Todos para além fronteira, porque sabe-se que isso é fachada: PT e Evo Morales estão juntos nisso porque os dois lucram com o tráfico.

    ResponderExcluir